quarta-feira, julho 26, 2006

DE NOVO? QUE BOM!





Apresentação no IV Festival Cearense de Quadrilhas Juninas
Local: Ginásio da Parangaba
Data: 20 de junho de 2006
Classificação: * * * * e 1/2

Num ano de grandes produções, brilhos, magias, sonhos e cores, a Quadrilha Arraiá São João Batista, de São João do Jaguaribe apostou num remake (o termo vem do inglês e significar refazer) e se deu bem.
Fazendo uma releitura do ano em que homenageou o jangadeiro cearense Dragão do Mar, a Quadrilha trouxe o tema “O Encanto das águas” e deu um banho de competência com 20 pares.
A São João Batista mostrou que pode sim apresentar um espetáculo bonito sem perder as suas características, as suas raízes. Trouxe água, mas não apagou o fogo do São João. E mesmo sem grandes novidades, deu um banho. Ao invés de brilho, chitão, fita, tela e babados azuis e brancos. Ao invés de uma caravela um barquinho.
O tradicionalismo do Vale acabou se rendendo às alegorias. Mesmo que uma meia alegoria, mas ainda sim alegoria. Nada contra. Mas é bom tomar cuidado para não ser mais uma G.R.E.S.
A coreografia não é nova, o repertório muito menos. Eu mesmo poderia dizer que é uma verdadeira chatice, falta de criatividade e várias outras críticas ruins. No entanto uma coreografia boa é sempre boa de rever. Um repertório bom é sempre bom escutar novamente e cantar junto. Mas o novo sempre é esperado.
A abertura um mar humano que encanta logo ao chegar...um balanço...o mar. A dança contemporânea executada por dois casais perdidos no mar humano das saias dá um tom de drama e agitação. No mínimo estranho a junção de dança popular com contemporânea, mas pelo tempo curto em cena, vale a pena.
O restante da coreografia são passos tradicionais já conhecidos de muitos, mas agrupados de maneira harmônica, mesmo nos passos aéreos (diga-se de passagem, inserido nas Quadrilhas Juninas pelos grupos da região) até desaguar num barco semi humano, que abre a sua proa e abriga o mar formado pelos babados das saias das meninas. A vela ao fundo e o pescador, figura representativa, no alto, conduzindo a sua vela.
Detalhes de um tema bem cuidado. Colar com pingente de golfinhos, telas na composição dos vestidos, sapatos com pele de boto e o detalhe que é igual para todas, os babados de filó azul e branco, que juntos e balançando sincronizadamente formam o mar.
Os homens já devemos adivinhar, quando se trata de uma Quadrilha proveniente do Vale do Jaguaribe, todos de paletó, mantendo a tradição.
Dos destaques, o marcador é um espetáculo a parte vestido de pescador com rede nas costas, chapéu Panamá e nas mãos uma bengala que mais perece uma vara de pescar. Mostra agilidade e desenvoltura no comando do grupo.
A “São João” em 2006 escolheu o tem certo, pois sentiu na pele o que é ser um peixinho no meio do oceano. Ou para quem preferir um barquinho remando contra a maré.

Um comentário:

  1. mas uma vez assistimos um grande espetaculo de varias quadrilhas do estado do ceara e de outros estados tambem vimos grandes apresentaçoes como as dos grupos são joão batista , zé testinha e paixão nordertina;onde tambem muitos grupos do interior se destacaram , o periodo junino acabou e muitas duvidas deixou a quarilaha beira lixo de camocim por exemplo veio com um tema ousado fez boas apresentaçoes veio tambem vestindo o melhor figurino da região norte do estado ,e nao obeteve boas notas segundo os jurados da fequajuce notas essas que ate hoje estao sem uma explicaçao concreta so desejamos agora que nas proximas apresentaçoes ou no ano que vem que essas notas dos quesitos fossem juistificadas com mais clareza .

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