terça-feira, julho 11, 2006

ARRAIÁ DO GIPÃO



Apresentação no XXVI Festival de Quadrilhas da Vila Manoel Sátiro
Local: Ginásio da Parangaba
Data: 13 de junho de 2006
Classificação: * * *

CANTANDO E ENCANTADO DO ALTO DOS SEUS 35 ANOS!

Partindo do ponto que a “Gipão” já é uma mulher de 35 anos, tava mais do que na hora de crescer, ousar e seduzir o público.
Notória a mudança. Significativa. Do figurino quase monocromático do ano passado, para uma explosão de cores e bordados, aliás, de tipos de bordados. Aplicações, richilieus e outros. Agora podemos sim dizer que há uma homenagem, um respeito e um tributo ao trabalho das bordadeiras nordestinas e brasileiras.
Para absorver e entender os comentários que estão sendo dispensados à “Gipão” se faz necessário um esclarecimento prévio.
Vou começar com uma introdução na Quadrilha Temática. O que é?
Ela escolhe um tema ou uma temática como, por exemplo: o pescador, o cangaço, as voltantes, etc. A partir daí se desenvolve de acordo com o universo desses personagens.
Portanto se há uma proposta de trazer para quadra as bordadeiras, devemos perceber isso durante toda a apresentação. Afinal, Quadrilha Temática sem tema não existe.
A “Arraiá do Gipão 2006” trouxe o tema: “A Gipão canta e encanta seus 35 anos de existência homenageando as bordadeiras”.
Vou começar com uma pergunta simples: Se a Quadrilha é temática e o tema é o proposto acima, por que o casamento não se remete a isso? Será que só a Quadrilha é das bordadeiras? O casamento não faz parte da Quadrilha?
Bom pensar... O casamento da Quadrilha apresenta um texto fraco sem muita expressividade. Dois “travestidos” dão o tom humorístico. E se não fossem eles...
A história é confusa, gira em torno deles e de uma velha. Até que bem interpretada, mas um pouco sem expressividade no contexto. Onde está a bordadeira? E o bordado? E os 35 anos da Gipão?
Das duas uma: ou não aparece ou não ficou claro para todos presentes.
O casamento não é dos melhores, mas em compensação, a Quadrilha salva a situação. Nela sim, podemos ver os bordados, presentes principalmente no figurino dos destaques. Bonitos e bem elaborados. O Richilieu colorido. Antes conhecido por bordado branco, assumiu novas possibilidades e foi dançar o São João com todo o seu “colorido”. Tendência inclusive nas passarelas e vitrines, uma vez que o bordado está em alta no mundo da moda. Na “Gipão” pudemos ver coletes masculinos bordados em richilieu que refletem rosas vazadas, realçadas pelas blusas que formam o fundo dando destaque e maior colorido ao visual. O figurino branco dos noivos parece casar com a felicidade que eles passam dentro da quadra.
Na coreografia o grupo traz passos tradicionais de maneira contemporânea, mas também o já conhecido movimento das senhoras bordadeiras com as agulhas imaginárias da Gipão. É o feijão com arroz com tempero caseiro, originalidade.
Em quadra 20 pares evoluem. Um início meio tenso. Talvez pelo peso da estréia, mas poucos minutos são suficientes para que a garra seja mostrada e o grupo dê o seu recado.
O repertório. Colocar 35 anos de história em um repertório fica difícil, mas a escolha foi acertada. Um repertório conhecido para relembrar bons tempos.
Quem não fica cantarolando: “De geração a geração...”.
Nós da Revista Ispia desejamos mais e mais gerações para dançar com a Gipão.

Um comentário:

  1. é o São joão é uma caixa de suroresas eu pessoalmente esperava todo ano pra ver a Gipão com seu geito unico especial de dançar , aquela senhora quadrilha, com figurinos bem a seu gosto, me deixava inspirado ver a coragem de apostar em ideias criativas e a cara deles... Digam o q for o ano passado foi da gipão, sem brilho sem setin, sem nada caro D+ eles vinheram com um vestido que não era uma chita(industrial) mas sim uma verdadeira chita feita a mão , aquilo foi realmente D+ achei linda a indumentaria, nesse ano achei linda a roupa mas cinceramente, lembra todas as outras das grandes quadrilhas, que convenhamos, são bonitas e cheias de detales , mas todos no mesmo estilo, chagando até ser imitação, não gostei do que aconteceu com a Gipão e espero que eles não continuem nessa moda, linda mas muito repetitiva....

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