Mais uma edição do Troféu São João se aproxima. Uma festa glamourosa, que para muitos não passa da entrega de uma premiação aos grupos que se arriscaram em dançar em 25 festivais. Visão que alguns grupos tem da festa, e que é totalmente errônea da alma do evento, diga - se de passagem.
O Troféu São João chega à sua 11ª edição e estar dentro dele quer dizer sim muita coisa. Uma das mais importantes, é estar mantendo viva a chama do São João do Ceará, que é disperso e dura quase dois meses em seu ritmo andarilho.
O prêmio é concedido aos grupos que mais foram campeões na temporada, seguindo uma tabela de pontos por festival disputado e classificação no mesmo. Dividido em três categorias, adulto capital e Região Metropolitana, adulto interior e infantil, o evento premia também os destaques e os melhores festivais no interior e na capital.
As especificações que exigem 25 festivais na capital, nada mais são do que uma maneira de resgatar o São João de pelo menos 10 anos atrás, quando os grupos dançavam em festivais nas ruas e nós tínhamos uma festa mais social e integrada à comunidade.
Além de tudo é um momento de festa, de confraternização, onde se festeja à Quadrilha Junina e se coroa um trabalho bem feito durante a temporada, e que acima de tudo venceu festivais. Esse ano serão mais de R$ 10 mil distribuído por todas as categorias.
A entrega do Troféu ocorrerá no domingo, 03 de setembro de 2006, no ginásio do SESC, localizado no centro de Fortaleza, a partir das 18h00.
Farão parte da cerimônia apresentações de grupos folclóricos, regionais e muitas homenagens a pessoas e instituições que contribuíram para com o movimento junino em 2006. Confira a seguir os nomes que deverão fazer parte dos agraciados: Conceição Rodrigues (Coelce), Paulo Mota (BNB), Claudia Leitão e Lucia Cidrão (Secult), Beatriz Furtado (Funcet), Mécio Lima (Colchões Ortobom), além de Raimundo Macêdo e pautília Araruna (Prefitura de Juazeiro do Norte).
Quadrilheiros prestigiem o evento e se confraternizem com as Quadrilhas mais premiadas de 2006.
quinta-feira, agosto 31, 2006
quinta-feira, agosto 10, 2006
CARMEM MIRANDA NESSE ARRAIÁ, PODE?
Apresentação no IV Festival Cearense de Quadrilhas Juninas
Local: Ginásio da Parangaba
Data: 22 de junho de 2006
Classificação: * * * *
A Quadrilha Beira Lixo de Camocim trouxe um tema polêmico para o arraiá. Mas antes de entrarmos diretamente nele, gostaria de esclarecer um pouco o nome do grupo, que sempre chama muita atenção. Realmente não tem nada a ver com Quadrilha.
O grupo se originou de uma turma de jovens que jogavam voleibol em um terreno baldio no centro da cidade. Em 1989 eles resolveram formar uma Quadrilha. Com a irreverência como pano de fundo lançaram esse nome.
Dúvidas sanadas, vamos ao que interessa. Primeiro gostaria de falar da coragem de introduzir um personagem como Carmem Miranda no mundo junino. Reconhecida pelos balangandãs, frutas na cabeça e roupas espalhafatosas a cantora fez muito sucesso na década de 1940, inclusive sendo estrela de filmes nos EUA. No entanto sua imagem está mais associada ao carnaval.
Apesar do que alguns podem chamar de loucura, eu considero louvável a iniciativa, por que eles conseguiram buscar e mostrar o São João em personagem que não está ligada a esse universo. O elo é uma marcha junina gravada por ela nos anos 40. Pelo próprio tema “E se Carmem Miranda viesse ao arraiá?”, já vemos que há uma preocupação com o “junino”.
O casamento conta que a personagem foi convidada para cantar em um casamento no sertão. Porém quando chega no local depara-se com uma impostora. No desenrolar da trama ela se encanta pelo São João do Nordeste. Uma trama interessante. Imaginária. Não é um texto excepcional, mas a agilidade dá a veia cômica.
A Quadrilha apresenta uma coreografia boa. Desenvolve o que é proposto pelo tema. Realmente passos tradicionais. Hora estilizados, hora tradicionais ao extremo, como no “passo do alejado”, “olha a cobra”, “olha a chuva”, etc. Enfim, uma mostra do que é São João e que poderia encantar um mito.
Ainda em detalhes da coreografia, podemos destacar o encerramento, com toques lusitanos e os leques flamencos. Por pouco não foge ao junino. Bonito, noentanto, deveria vir na abertura, afinal como ela é portuguesa seria o início de uma biografia e não o final.
A parada da Rainha com coreografia lenta como na abertura é raro hoje em dia, mas é bom ver um grupo que mantém o seu estilo. Ah, e isso com vinte pares, outra marca.
No meio da Quadrilha uma invertida nos paletós dos homens transforma a Quadrilha estilizada em caipira. O paletó dupla face, passa da cor lisa para o xadrez. O chapéu de palha e as mulheres saias também xadrez. Não seria melhor as saias de chita? Mais original?
Mas isso já é figurino...E por falar em figurino podemos ver mulheres com vestidos carregados de brilho. Na cabeça frutas e rosas (nada muito extravagante para o tema).O leque dá um charme a mais. Homens super elegantes em paletós, sapatos bicolores e chapéus de palhinha no melhor estilo anos 40/50.
Harmonia boa, quadrilha bem ensaiada.
Nos destaques podemos observar a marcadora, que a toda hora faz o característico movimento de mãos, uma das marcas de Carmem, lembrando dançarinas de flamenco.
sábado, agosto 05, 2006
A MAIS NOVA ESTAÇÃO DO ANO
Nem bem terminamos a temporada de 2006 e já temos um grupo novo surgindo. O nome pode já ser conhecido de alguns, mas como ele mesmo sugere, está se renovando a cada ciclo.
ESTAÇÃO JUNINA, o novo grupo da Praia de Iracema. Como as estações do ano, promete para junho de 2007 mudanças drásticas de tempo. Segundo a diretoria,vai se instalar a estação da criatividade no São João.
Como o tempo não para (já dizia Cazuza) todos os internautas podem conferir a barraca do grupo na feira de música que acontecerá no entorno do Dragão do Mar,de 09 a 12 de agosto.
Eles podem ser iniciantes, mas já entenderam que o trem está sempre seguindo viagem. E o principal: para os quadrilheiros, São João dura o ano todo.
É sempre bom ter mais grupos para abrilhantar nossas festas.
Vida longa ao novo grupo!
São os votos da Revista Ispia
terça-feira, agosto 01, 2006
NO MAIOR SÃO JOÃO DO MUNDO
Especialmente hoje a revista ISPIA dá uma trégua na avaliação das Quadrilhas Juninas de Fortaleza para mostra o que estávamos fazendo no final de semana. É sim, fomos à Campina Grande,na Paraíba, onde aconteceu o maior São João do Mundo (pelo menos é o que eles dizem) do dia 9 de junho ao dia 9 de julho de 2006.
Realmente é um espetáculo. A estrutura embora em fase de desmonte nos deu a dimensão do evento.Uma festa mais que tradicional na região.
Um dos pontos emocionantes foi com certeza a visita ao Sítio São João, uma cidade cenográfica com igreja, bodega, casa de farinha, casa de taipa, rádio difusora e muito, mas muito forró e animação.
Cada espaço traz atores caracterizados que contam um pouco da nordestinidade.É incrível como de uma maneira ou de outra as pessoas se identificam com os objetos, o local.
Acompanhamos o último dia da exposição, localizada próximo ao Parque do povo. Segundo o idealizador do projeto, o dramaturgo João Dantas, o cenário montado e apresentado ao público é apenas 30% do total. Ele mostra toda a trajetória do nordestino tanto nos costumes quanto na música, na dança e na tradição oral.
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