Um voto por um São João

É mais ou menos assim que funcionam as festas juninas no Ceará. Falo no Ceará, porque é o meu local de referência, mas acredito que seja assim em todo o país. A política partidária influenciando tudo, até no exercício da cultura popular.
Conversando com um amigo ele me fala que precisa ter o projeto de sua quadrilha aprovado em algum edital de incentivo aos festejos juninos, pois esse é o único jeito de conseguir fazer com que o grupo possa se apresentar. Até aí tudo bem, afinal problemas financeiros todos tem. Mas o que é inconcebível ainda no século XXI, é o fato de as pessoas sofrerem por perseguições políticas e o trabalho de um grupo social ser cessado por falta de apoio de um órgão ou de um profissional que tem como princípio e ofício gerir a cidade sem distinção nenhuma entre os habitantes.
Esse caso não é o primeiro e nem será o último. Principalmente no interior, já ficou corriqueira essa história de que quem não está do lado do Prefeito não vai ter apoio nenhum para o grupo. Assim, podemos ver que a política do coronelismo ainda habita os nossos sertões.
Alguns grupos tem garra, persistem, insistem e mostram que são capazes de vencer essa barreira. Já vi isso acontecer lá para as bandas do norte.
Mas infelizmente nem todos resistem. E quem perde? A cultura, as pessoas envolvidas, que não vão poder fazer o seu São João, não vão poder manter a tradição.
Esse ano é ano de luta por votos, os pólíticios estão correndo atrás dos grupos para ajudar, muito bonzinhos eles... Geralmente nesse período verificamos um aumento considerável do número de quadrilhas, que tendem a desaparece no próximo ano por falta de apoio das mesmas pessoas que prometeram apoio incondicional. Depois das eleições, nada podem fazer, afinal já venderam seu voto mesmo.
Por isso o pensamento chato e piegas continua sendo o mais verdadeiro: "Vote consciente"