Enivaldo. Você pediu, tá aí. Espero que tenha correspondido sua expectativa.
Apresentação no IV Festival Cearense de Quadrilhas Juninas
Local: Ginásio da Parangaba
Data: 22 de junho de 2006
Classificação: * * * e ½
A Quadrilha Pegando Fogo, do Bairro Bela Vista, Fortaleza, esse ano veio realmente para incendiar. No que diz respeito a super produção não mediram esforços. Um grande show com direito a efeitos especiais, balões caindo do céu no melhor estilo dos grandes musicais da TV e muito colorido.
Partindo do tema que foi proposto. “Os ventos que trazem o amor e alegria do São João”. Bem, é mais ou menos isso. Se eu estiver errado por gentileza me corrijam. Mostrar vento dentro de uma Quadrilha Junina não é tarefa das mais fáceis. A Pegando Fogo optou por trazer arco íris, flores, borboletas, fadas e caixas encantadas. Segundo o ator que fez a introdução à Quadrilha (usando fantasia de carnaval, diga-se de passagem), no São João os ventos sopram, trazendo a alegria e o amor. Surgem três cataventos, duas flores e duas caixas gigantes. Alegorias que dão um tom infantil e ingênuo. Mulheres com asas de borboletas rodopiam em volta. A fada com sua varinha de condão abre as caixas e de lá sai o casal de noivos. Uma proposta bem diferente de vento, que remete a contos infantis. Tudo muito poético e de uma plástica belíssima. Encanta qualquer pessoa que esteja assistindo. Mas e o quesito originalidade na Quadrilha Junina? Não seria mais “junino” os ventos trazerem os seres encantados do nosso folclore?
O figurino é outro elemento de extrema beleza, colorido sincronizado pelos babados das mangas e barras dos vestidos das meninas. Fitas coloridas, nas cores do arco-íris, formam listras verticais. As pedrarias na cabeça, na saia e no corpo do vestido dão o brilho. As rosas de pelúcia na cabeça também conferem um certo tom infantil. A noiva no entanto, assume um ar futurista, no melhor estilo “Jetsons” (desenho infantil dos anos 70 , onde os personagens viviam no futuro)com Abas sobre os ombros.
Já os homens um tanto carregados. O colete trabalhado com pedrarias, fitas, uma espécie de resumo do vestido da mulher. Sapatos e chapéus de listras coloridas combinando com as barras das mulheres. Poderiam os homens ser um pouco mais sóbrios, uma vez que as mulheres já vem bastante coloridas e brilhosas. As vezes pode parecer que eles estão querendo competir.
Na coreografia, a Pegando fogo foi muito bem. Passos tradicionais (mais de 10), uma abertura bem coreografada. As vezes coco, as vezes dança portuguesa, mas muito bonito. Porém o mais interessante foi ver que embora sempre em 4 filas, e com 36 pares na quadra, conseguiram fazer duas filas únicas e uma espécie de “anarriê”, quando os pares se distanciam para as extremidades laterais da quadra. Outro ponto alto foi uma grande roda, todos pegando nas mãos. Coisas raras nesses tempos de Quadrilhas numerosas, sem coreografias definidas e pares se chocando em quadra. Relembrando o vento, em apenas 3 momentos pudemos ver a presença dele na coreografia. No início, quando as borboletas rodopiam, e o girar da saia dá uma idéia de leveza. Parecem mesmo voar. O segundo momento antes do desfile da Rainha, quando são formadas quatro rodas. Todos pegam nas mãos se curvam para a frente e giram, cada roda em sentido contrário. E no final, quando todos em filas de quatro pares dão as mãos e vão baixando e subindo como uma onda.
No mais, uma coreografia sem grandes ousadias, mas muito bonita e gostosa de ver. A evolução e a harmonia, também são fatores bem trabalhados. Mulheres podendo girar a saia sem bater em ninguém. A quadra bem aproveitada. A sintonia com o regional, por sinal muito afiado e com um repertório bem escolhido. Melodia e ritmo muito bons, mas as letras quase na mesma linha das que vemos hoje em dia. Muito amor, paixão, alegria, mas pouca fogueira, balão, bandeira. Além disso 36 pares na quadra poderiam fazer um pouquinho mais de barulho. Mas o que é importante é perceber a satisfação e a alegria no rosto do brincante.E isso dá sim.
Nos destaques individuais não há muito o que falar, ambos desempenham bem a sua função. O casal de noivos é quem realmente domina a cena. E é como tem que ser.
Oi sou balarino,coreografo,artista de rua,estudante de Hestoria pela UFC e faço Turismo e Hotelaria pela Unifor.
ResponderExcluirPode acomponha bem de perto quaze todo o prosseço de arrumação da quadrilha Pegando Fogo,acredito que eles trouxeram uma nova roupagem de competição em que os grupos estão cada ver mais se glamurando isso faz com quer o nosso São João fique cada vez melhor. Abraço a todo que fazem a quadrilha Pegando Fogo.Parabns.