Plebeia nunca - Adriana Dias

Eis que do alto da escadaria surge a Rainha com um vestido azul bebê e complementos e babados coloridos envoltos em brilhos de strass e cristais, refletindo a paleta de cores de todos os súditos que a esperam.  Ela desce graciosa... Em uma coreografia que lembra os musicais hollywoodianos com a nossa pequena notável, Camem Miranda, onde músicos do Bando da Lua e bailarinos a cercavam enquanto ela se movimentava, a fisioterapeuta Adriana Dias de Holanda dá o seu show. Entre rodopios e gracejos, a moça de 23 anos seduz o juri e a plateia, que não exita em conceder a ela troféu de Campeã. Neste posto já tem experiência. Desde quando dançou a primeira vez, em 2003, na Quadrilha Filhos do Sertão, de Fortaleza, já carregou a faixa de Rainha.

Nós da Ispia batemos um papo com ela, uma das indicadas ao Troféu Ispia - Melhores de 2010, na categoria Rainha. Confiram o resultado. Aproveitamos ainda para dar uma informação importante. Os candidatos a Rei podem fazer fila, a nossa majestade está solteira.

Ispia - Por quais grupos já passou?

Adriana - Filhos do Sertão (2003, 2004, 2008, 2009, 2010 e “2011”) e Roçado da Chiquinha (2006 e 2007). Todos como Rainha.

Ispia - Qual a premiação que considerou mais importante?

Adriana - Em termos de importância no meio junino ser bicampeã em Mossoró Cidade Junina (Festival Interestadual que acontece na cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte) neste ano de 2010.

Ispia - O que é preciso ter para ser uma boa Rainha?

Adriana - Acredito que seja um conjunto de quesitos que faz uma Rainha se destacar: uma boa desenvoltura, simpatia, bom figurino, produção de acordo com seu segmento (estilizado ou tradicional), estilo próprio e inovações. Porém, a forma na qual representa sua Quadrilha, sua integridade e humildade faz com que seja ainda mais admirada.

Ispia - Qual a importância de ser Rainha em sua opinião?

Adriana - Principalmente no Estado do Ceará, a figura da Rainha adquiriu uma grande representatividade e acabou tornando-se um destaque muito visualizado, portanto aumentou sua importância. Além de ser uma figura da tradição junina e, portanto importante para nossa cultura em geral, também consegue ser uma grande representante do seu grupo, vista como exemplo para os outros brincantes e tem a possibilidade de destacar o nome de sua Quadrilha no meio junino.

Ispia - O que acha dessa supervalorização das Rainhas?

Adriana - Acho muito legal é um destaque na Quadrilha que tem o diferencial de encantar o público com a dança, o charme e a beleza e todos acabam esperando pra ver. Porém, gostaria que essa “supervalorização” acontecesse da mesma forma com a figura do marcador e principalmente com o casal de noivos.

Ispia - Tem alguém em quem você se inspira?

Adriana - Sim, me inspiro em umas pessoas que fazem parte da Filhos do Sertão (Paulo Henrique, Jasso, Henrique, Maciel e Natália) as quais me ajudaram a desenvolver minha dança e a criar um estilo próprio. No aspecto social também me inspirava na forma em que Valdívia (Ex. Rainha Filhos do Sertão) e Christiane (Rodrigues, ex- Rainha das Quadrilhas Beija-Flor do Sertão e Filhos do Sertão) representavam suas Quadrilhas e conseguiam lidar com os aspectos de ser Rainha, que não é nada fácil.