Quadrilha cearense que se prese tem que ter "Regional". Hoje em dia não sei nem se o termo ainda é válido. Afinal é uma abreviação de "Trio Regional", que é formado por zabumba, triângulo e sanfona.
Ainda existe isso por aqui? Se existir é uma raridade e merece aplausos.
Hoje esses três instrumentos foram acrescidos de baixo, percusão, agogô, enfim... mais parece uma banda. Pronto! Que tal chamarmos de "Banda Regional"? Nada mais justo... não deixa de ser regional, mas deixa de ser trio.
Resolvido o problema da denominação vamos passar para um outro problema. Problema que é maior ainda. Quanto custa esse luxo? Já ouvi falar em números astronômicos. Antes quando se trabalhava com o "Trio" e mais uma ou duas vozes, fácil se encontrava regional por R$ 3 mil no máximo. E isso para tocar por dois meses. Hoje em dia oferecer metade desse valor para uma cantora ou um cantor soa como insulto. A coisa evoluiu e tomou uma proporção tal, que tem grupo especulando o custo do seu regional em R$ 8 mil.
Pelo que podemos ver cantar música de Quadrilha virou um ótimo investimento. E é assim que os regionais estão se diversificando, se preparando melhor. Tem regional que toca para mais de um grupo por noite, chegando a fazer no mínimo trê apresentações. Será que não confunde o repertório, hein?!
Antes costumavamos identificar alguns grupos pelas vozes de seus cantores. Atualmente quem fala mais alto é o som do cifrã0 ($$$$). Quando pensarmos que vamos ouvir Paixão Nordestina, vamos ouvir Cumpade Justino. Igual a alguns anos atrás, quando pensávamos que íamos ouvir Beija Flor do Sertão, ouvimos Ceará Junino. Sem querer julgar ninguém, a final todo mundo tem o direito de escolher. são só alguns exemplos.
Ainda bem que a cultura popular é camaleônica, ao mesmo tempo que se perdem as identidades, novas se criam... é tudo uma questão de adaptação.
Então quadrilheiros, procurem regioniais que se adaptem ao seu bolso.
Se o seu grupo não conseguiu uma banda, aposte na originalidade busque o "trio regional". Pra que mais criativo do que isso?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por ajudar a construir uma revista cada vez melhor.