terça-feira, maio 09, 2006
ESSA TÁ NA REVISTA
AUTO CONHECIMENTO E AÇÃO
O dia 22 de Agosto é reconhecido pelos brasileiros como o dia do Folclore. Desde criança “aprendemos” no colégio que a data é festiva, e que o Nordeste é uma das regiões onde a cultura popular é mais diversificada e forte. Por ocasião desta data são efetuadas várias comemorações em escolas, centros culturais, ONG´s, associações ligadas a movimentos folclóricos e outras instituições.
No Ceará, a Quadrilha Junina é uma das manifestações com maior “potencial” de representatividade, afinal são 280 grupos cadastrados na FEQUAJUCE (Federação das Quadrilhas Juninas do Ceará), no entanto nenhuma manifestação foi organizada pela categoria que se diz “dança folclórica”. E de todo os centros culturais do Estado e suas manifestações em respeito à data, o único que apresentou um grupo de Quadrilha foi o Teatro José de Alencar, que teve a presença da Quadrilha Beija Flor do Sertão na quarta feira dia 17, em virtude da Semana do Folclore.
Quando eu digo que as Quadrilhas deveriam realizar uma manifestação não falo em um evento com apresentação de grupos louvando o Folclore e a Quadrilha, mas sim da luta por melhores políticas públicas para o setor, pela preservação e conservação das danças folclóricas, que cada vez mais estão sumindo.
A própria discussão sobre a definição e o significado da palavra “Folclore” na contemporaneidade seria interessante, uma vez que se torna bastante comum presenciarmos intervenção da do elemento contemporaneidade nos diversos setores. Esse também seria um momento de repensar a Quadrilha Junina enquanto Folclore e enquanto mudanças e “modernizações”, enfim, “auto conhecimento” seria o termo ideal para utilizar.
Mais um elemento para essa discussão seria a recente criação do termo “Mestres da Cultura” no Ceará tem rendido elogios de toda a nação, o primeiro Estado a implementar um sistema que já está em voga em vários países do mundo, onde os mais antigos e mais expressivos Mestres de um segmento da cultura recebem ajuda financeira (um salário mínimo) do Governo para continuar repassando para às novas gerações e preservando o seu ofício.
Exemplos são os Irmãos Aniceto e a Banda de Pífanos, Mestre Juca do Balaio no Maracatu, e muitos outros segmentos da cultura popular, que vão desde as rendeiras às esculturas de barro da cidade de Juazeiro do Norte.
O interessante é notarmos que dentre os 24 segmentos escolhidos e agraciados com o título não temos a Quadrilha Junina incluída. Será que os “agraciados” tem maior número de pessoas envolvidas na atividade? E quanto à popularidade?
É repensar, se auto conhecer e agir. Através de atos mais enérgicos e maior participação no setor cultural é que a FEQUAJUCE vai adquirir a visibilidade que merece, não deixando de lembrar que a mesma já cresceu bastante nos últimos anos e também que a “fogueira das vaidades” no segmento é um fator que atrapalha, afinal só se consegue algo lutando juntos.
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